Até quando?...
Quantas vezes disseste ao meu gesto
não!...
Quando eu tentava rolar nos teus sonhos
Dizias margens opostas de granito
que o tempo mantém ainda fulgurante
na sílaba do nosso entendimento!...
Não bastaram tantos anos
de bocas frias para esqueceres a
ternura desse amor afável além
do fulgor do meu sim, pelo teu não
Sonhemos searas de pomos
a toda a largura dos nossos olhos
As noites caíram então sobre a pedra
fria mas não derrubaram essa ternura
no percurso do medo e da distância
Ainda não esqueci essa força vital
que nos unia lado a lado
apesar das intempéries da vida
alimentei-me de sonhos lentos
Loucos vivemos no tempo e
da sofreguidão dos nossos beijos
até que a chuva fria nos separou…
Até quando?...
Mantém esse calor que vive ainda
eu estarei na rota do teu sol, e do teu sonho!...
Ferdinando Ferdinandes
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Imagens e fundos formatação Cecília
Rodrigues