DIA DE
CAMÕES
Lisdália dos santos
Camões poeta imortal
De glórias, fez poesia
Que as declama Portugal
Ovacionando este dia
Tem
um lugar de relevo
Nas páginas da História
É pouco o que aqui descrevo
Pois igual não há memória
Pelas águas do Mondego
As poesias num caudal
Como pecinhas de lego
Juntavam-se, em espiral
Nasceu no século dezasseis
Com a graça feiticeira
De ser bem visto plo Rei
Talvez pla sua maneira
Veio
de Coimbra pra Corte
Já Lisboa o esperava
Não fora a sua má sorte
Que por amar, delirava
Rapaz audaz e valente
Profunda sinceridade
Que cativou facilmente
Meninas da sociedade
Foi
fidalgo, cavaleiro
Que trocou por outra vida
Sentindo-se prisioneiro
Duma vontade aguerrida
Ao
serviço do Império
Que lutou por sua vez
Algo havia de mistério
Nesse humilde português
Correu África, Oriente
Índia e costa da China
Marcado infelizmente
Por uma arma Marroquina
Um
dos seus olhos perdera
Num acto mais triunfal
Super coroa lhe valera
De louros de Portugal
Gloriosa deformidade
Foi alvo de zombaria
Duma dama, a crueldade
Que com sarcasmo sorria
Sentiu-se diminuído
Plo perverso galanteio
Mas aprumado, em sentido
Respondeu—lhe sem rodeio:
Poeta? Cara sem olhos
Mo chamais? Só por traição!
Sentimentos, são abrolhos
Que abundam em meu coração
Lusíadas, seus cantares
De sonhos atribulados
Que os cantara sobre mares
Nunca antes navegados!
Ainda hoje se fala
De Camões com altivez
A quem a língua não cala
Tão ilustre português!
Lisdália Viegas dos Santos
10-6-98
Portugal
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