Abandono-me de mim



Neste deserto seco que os insectos povoam
Para que se não cumpra este meu triste fado
Nesta noite de breu deixo tudo o que me magoa
Abandono-me de mim neste monte de areia
Como testemunha este céu de luar velado


Com o giz do silêncio escrevo o meu nome
Não mais me recordo dos amores perdidos
E das amizades que me foram traiçoeiras
Das guerras que grassam pela terra inteira
Da minha infância, só os sonhos perdidos


E sozinha me encontro nesta caminhada
De tudo eu me esqueço até mesmo de mim
Retorno depois por uma nova estrada
De regresso ao futuro de onde eu vim
Que do passado não reste mais nada
E o vento fresco me sopre, leve, assim...


Por esta estrada caminho, longe de mim
Quero alcançar o futuro, de alma lavada
Que ao longe a música entoe um hino suave
E renovada me encontre dentro e fora de mim


Essa música escrita em folhas de vários tons
Lembram o arco-íris que outrora pintei
Encontrada e feliz me dou sem fazer alarde
Não me roubem a esperança de ser quem sonhei...

Benilde Fontinha
Outubro, 28/2004

Portugal

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