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trazias nos olhos sementes
e o sémen de uma flor qualquer
como se o teu corpo fechado
fosse um rio desnudado
um roseiral de palavras
escondidas na poesia dormente
que qualquer demente
pudesse ouvir e gritar
chorar e sonhar
Adriano Pinho
***
Olhos Rasgados
olhos rasgados
beijos no além
risonhos
alados
procuram alguém...
...dizem...
olhos são espelhos da alma
serão...
reflexos de calma
espelhada na dor
do corpo sem som
carne fremente
vibrando em vão
o resto
Deus meu
é branca ilusão!
***
Deo Gracias
o teu corpo
é de veludo
rosa e púrpura
saído do advento
do meu pensamento
veloz
como o vento
como corcéis
saídos dos mandamentos
que são dez
e mais para quem
cumpre menos
para lá do barlavento
dos mundos
que qualquer tela não segura
dos montes agrestes
ergue-se
teu corpo roseira
de odores celestiais
que inebriam os demais
os que são simplesmente
MORTAIS
Adriano Pinho
Membro da SPA (Sociedade Portuguesa de Autores)
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