Abgalvão

 

 

Teu Nome ... Maria

 

 

Teu nome o hei-de cantar

Como canta o rouxinol,

Na lua o hei-de gravar,

Bordá-lo num cachecol.

 

Nas montanhas do meu peito,

Nas planuras da verdade,

Hei de gritá-lo a eito

Aos ventos da liberdade.

 

Sobre cascalhos de esperança,

Entre espinhos da desgraça,

Entre cardos de ignorância

E o negro da fumaça…

 

Eu cantarei o teu nome

E plantarei uma flor!

 
Aí mesmo nesse ermo,

P'ra lá do eco e do medo

Onde o tempo acorda cedo

O cansaço não tem termo

E a vida não tem razão…

 
Hei-de cantar o teu nome
E hei-de plantar uma flor!
 
Aí mesmo, desse lado,

Onde acaba a ambição,

Onde começa a certeza,

Onde a infância é tristeza

E a velhice um triste fado…

 

Hei-de cantar o teu nome

E plantarei uma flor!

 

Aí mesmo nesse canto

Onde o sol também é fel,

Onde se reza ao quebranto,

Onde o vento é mais cruel

E o sonho não tem lugar…

 

Hei-de cantar o teu nome

E hei-de plantar uma flor!

 

Aí mesmo nesse ponto,

Onde a dor já tem guarida,

Onde o pão tem mais suor,

Onde a sede é mais sofrida

E a fome já tem bolor…

 

Eu cantarei o teu nome

E plantarei uma flor!

 

Verei crescer essa flor

Entre prados e hortejos

Regada com muito amor

Mimada com muitos beijos

 

E entre teus alvos lençóis

Colados teu corpo e meu,

Te afagando os caracóis…

Hei-de cantar o teu nome,

Maria… Maria… Maria…

Eternamente Maria

Amada, amante, mulher!

 

Abgalvão _ Portugal

 

Imagem de fundo recebida em mensagem sem autoria

Formatação - Cecília Rodrigues

 

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