NATAL – O Verso
& O Reverso
...Causa-me certa impressão
Falar-se tanto em
Natal,
Como um dia especial,
Em que se trocam
lembranças,
Se fazem grandes festanças,
Nas famílias
abastadas,
Quando há tantas crianças
E famílias
desgraçadas!
Porquê só uma vez no ano
Se celebra essa
dia?
...Tanto se esbanja e consome!
Quando se esquece,
afinal,
As criancinhas com fome
(e tantas há neste
mundo!)
Tantos velhos e doentes
Que não podem ter Natal!
Os
sem-abrigo nas ruas
Num sofrimento profundo
Passando a noite
ao relento
Tantos que não têm nada
Só o frio, a chuva, o
vento
E a cama numa calçada!
...E tanto pão que se
estraga!
Basta ver os contentores
Do lixo, no outro
dia,
Bolos e pão com bolores
Brinquedos caros,
flores...
Quanta fome saciava!
Papel de enfeitar, às
cores,
Que só dá p’ra agasalhar
Esses pobres, sem amor,
Sem
família, sem NATAL!
Numa vida marginal!...
...E tantos
com mesa farta!
Na rua da hipocrisia
No chalé da
falsidade
Nos palácios, na cidade!...
Mas outros, sem
alegria,
Sem família, sem ter nada...
Nada têm nesse
dia:
Só as pedras da calçada!
...Mas o homem não
percebe!
Que o outro homem merecia
Ser como Deus o
concebe
Tratando igual por igual!
...E o homem da
hipocrisia,
Apenas vê um Natal
Quando o Natal bem devia
Ser
Natal em qualquer dia!
Qualquer dia ser
Natal!...
(Fernando Reis Costa)
NATAL TODOS OS
DIAS
Aproxima-se o Natal...
Dia de Fé e de Esperança...
Das Famílias, das crianças
Que esperam por seus presentes!
Dia de beijos... lembranças,
Dos que estão e dos
ausentes!...
Aproxima-se o Natal...
Dos idosos, dos
doentes,
Dos famintos sem-abrigo,
Das criancinhas com fome
- E a esses... o que lhes digo?
Quando tanto se consome!?...
Aproxima-se o Natal...
Mas Natal é todos dias
Se
tivermos compaixão
De quem um Natal não tem:
- Seja um
pedaço de pão
Ou a oração por alguém!...
Aproxima-se
o Natal...
E aos desaventurados
Façamos por eles
igual
Repartindo alegrias!
- Façamos com que o Natal
Seja
Natal todos dias!...
Fernando Reis Costa
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