Festa de Natal
Gui Oliva


canta o fado por mim a queixa resumida
porque já não enxergo qualquer possibilidade
de admirar enfeites, escolher presentes
para pessoas queridas e preparar ceias
convivendo com tanta desigualdade



já não ajudo a construir o presépio da minha infância
aquele que meu pai, em verdade, era quem montava
e no qual o Menino Deus era quem imperava
e junto a Ele a família, todo dia
que antecedia o Advento a comemorar
unida em torno Dele
pedindo paz, justiça e harmonia
para Ele minha família rezava



brinquedo novo de presente eu, criança, esperava
mas os brinquedos a que minhas atenções
o ano inteiro eu dispensara
não seriam abandonados, mas se algum reparo
necessitavam, seriam arrumados antes de ser doados



a porta da nossa casa vivia, no período, escancarada
e nossos corações abertos
esperavam amigos e toda vizinhança,
que acorriam com alegria para visitar o presépio
e na Noite Feliz não havia comilança
o melhor era o passeio a pé ao centro da cidade
para saborear um sorvete...que beleza...
lá na Confeitaria A Leoneza
em casa apenas a comemoração,
pelo nascimento do Menino, era festejada




parodiando o poeta* eu pergunto: o que me dói?
será que "mudaria o Natal?... ou mudei eu"?
ou é a saudade dessa infância que me corrói?


21/11/06

 

Voltar

 

Todos os direitos reservados a  autora

Menu

E-Mail

Livro de visitas

Livro_1_Ver

Cirandas

+Poemas

Poetas