Dueto

 

Noite NO BAR

José Antonio Jacob

 

Daqui do bar a noite é uma criança

Que, lá de fora, espia da vidraça,

A espuma doce que desliza mansa

E que escorrega no cristal da taça.

 

E dos meus olhos feitos de fumaça,

De indiferença ao lustre que balança,

Envio acenos de desesperança

Detrás do copo onde a bebida passa.

 

Quando já não me basta mais um trago,

Remexo no meu bolso, dou um afago,

E uma pequena foto se revela.

 

Bem desgastada dos carinhos meus

E amarelada do sorriso dela,

Onde no verso está escrito: Adeus!...

 

LONGA É A NOITE

Eugénio de Sá

 

Naquela foto há um mundo controverso

de sentimentos que à minh’alma afloram

que estas taças bebidas mais exploram

deixando ver as mágoas do avesso

 

Fito nostálgico do fundo bar

os vultos que evoluem ao balcão

e sinto que na minha solidão

só essa solidão tenho p’r amar

 

Verte-se a chuva copiosamente

nos vidros biselados da janela

enquanto m’embriago tristemente

 

E na fumaça de um último cigarro

se vai esvaindo o rosto que adorei

sem que me importe já o seu desgarro

**

 

Dueto editado na net pela ArtCulturaBrasil / 2007

 

**

 

Poemas Editados e com direitos reservados 

 

**

Cirandas 

Poetas do Site

Páginas Especiais

Poemas Declamados

Livro de Visitas

Livro 1 _ Ler