Todos nós, algum dia, já lemos alguma
coisa.
Livros há pessoas que lêem razoavelmente,
outras menos bastam não ser analfabetas, para já ter lido.
Nós sabemos, porém que, nem sempre alguém
leu um livro voluntariamente.
Se não tivermos convivência com os livros
desde a mais tenra idade, dificilmente, vamos adquirir o hábito
da leitura, aquela leitura sadia que instrui e diverte.
Pessoas que leram alguns livros por pura
imposição dos professores, jamais vão adquirir esse hábito
salutar.
Portanto, estamos nos dirigindo às pessoas
que realmente lêem que sabem que ler não é apenas ler por ler.
Ler é interpretar a leitura, procurar tirar
proveito daquilo que leu.
Feito este pequeno preâmbulo, quero saber
se os leitores aos quais estou me dirigindo compartilham dessa
observação.
Com o correr dos tempos e, modéstias parte,
diversas foram as minhas leituras, autores os mais nomeados e
também os que quase nunca são lembrados.
Há escritores e escritores, estou falando
no sentido literário, quero afirmar, não sei se vocês concordam
que há dois tipos de escritores. Eu assim os classifico: os
complacentes, benevolentes, condescendentes e os maléficos,
malfazejos, malignos, maus, perversos.
Na primeira classe, temos aqueles que são
bonzinhos, complacentes.
São os que, quando escrevem, criam seus
personagens, classifica-os no decorrer da trama, até que um ou
dois se destacam, encadeia sobre aqueles a atenção dos leitores,
mas por muito bem que se desenvolvam os personagens, uma ora ou
outra, no decorrer da trama: "catapumba"!
Ele mata sem dó e sem piedade os
personagens.
Na segunda classe, vêm os maus, os
malignos.
Eles também escrevem e, por vezes, muito
bem, porém, em seus escritos, além de criarem personagens,
pretendem prender sobre àquelas a atenção dos leitores, por
vezes consegue, mas, por muito bem, ou por muito mal que
caminhem as personagens no desenrolar do enredo, ele as tolera,
chega a reescrever certos trechos em favor de determinada
personagem só para mantê-las em acção.
Não as eliminam, não as matam.
Vejam quanta maledicência: Criar personagem
e não destrui-la, mesmo tendo oportunidade no decorrer ou no
final da trama, é muita maldade.
É ousar interromper o repouso sagrado do
nada, para fazer surgir e conservar uma figura fictícia neste
mundo de desgraças e angústias.
Concordam comigo?
"Numa sociedade com base no conhecimento, por
definição é necessário que você seja estudante a vida toda."
Tom Peters